O
esporte é um fenômeno que faz parte da cultura mundial, e quando seu ensino é
bem conduzido, respeitando a individualidade e interesses, proporciona aos
envolvidos benefícios físicos, psicológicos e sociais.
As
modalidades esportivas coletivas são definidas por Garganta (1999), como um
confronto entre duas equipes, que se dispõem pelo terreno de jogo e se
movimentam com o objetivo de vencer, alternando-se em situações de ataque e defesa.
Bayer (1986) elenca elementos comuns a todas as modalidades esportivas
coletivas: bola, terreno de jogo, uma meta a atacar ou defender; companheiros
de equipe, adversários, e regras.
Apesar
de reflexões como a do parágrafo anterior e das diversas mudanças curriculares
da Educação Física ocorridas nos últimos, fatos que deveriam refletir
diretamente num melhor encaminhamento do processo de ensino-aprendizagem da
iniciação esportiva, com novas metodologias e ações pedagógicas diferenciadas,
o que temos observado é a replicação dos métodos ultrapassados, contemplando o
ensino dos esportes numa abordagem tradicional de passe-passe-chute, ou seja,
apenas tecnicista.
As
principais desvantagens deste modelo pedagógico são: o fato de a abordagem do
jogo ser retardada até que as habilidades atinjam rendimento desejado; a
inibição dos processos de tomada de decisão; a desmotivação pela mera
reprodução dos movimentos.
Em
contrapartida, as novas tendências na iniciação esportiva visam a articulação
do ensino da técnica e tática, baseando-se nas estruturas funcionais e na compreensão
do jogo (TGFU). Como vantagens dessa abordagem pode-se citar o melhor
desenvolvimento da inteligência tática, a cooperação, a autonomia, componentes
estes que garantem aos alunos, condições de participar ativamente das
modalidades, já que serão conhecedores dos princípios operacionais do Esporte
Coletivo.
Segundo
o entendimento de Rink et al.
(1996), para a melhor compreensão,
o modelo TGFU prioriza a tomada de decisão, “o que fazer” ao “como fazer”. No entanto, o planejamento das
tarefas deve estimular constantemente o aluno à reflexão em relação à decisão
tomada frente aos problemas de jogo, bem como, a execução das habilidades.
O
jogo é fundamental para a aprendizagem esportiva. Segundo Scaglia (2003), para
se ensinar uma modalidade esportiva, deve-se ensinar mais que a modalidade, mas
também, esta modalidade. É o que este autor define como “famílias de jogos”.
Acredito
que a família de jogos proposta para o ensino dos esportes, é uma das melhores
estratégias por primar as relações de complexidade entre jogos, capaz de trazer
influências positivas para a aprendizagem. Neste contexto, o professor é o
agente responsável por criar um ambiente em que os alunos possam jogar e
experimentar o jogo inteiramente.
Por Ronan OG